Seu filho é do tipo caladão? Com essas 8 dicas, você quebra o gelo
Quem tem filho adolescente sabe como é difícil fazê-lo expressar o que sente. Neste conteúdo, extraído do site Uol e baseado em fontes especializadas, você vai aprender como se comportar para estimular o diálogo
São muitas as situações que podem levar os filhos a se
isolarem e evitar uma conversa: introversão, cansaço, mau humor, fome, tristeza
ou preocupação por algo que vem acontecendo na escola, etc. Independentemente
do motivo que há por trás desse comportamento, existem algumas táticas que
podem funcionar muito bem na hora de tentar quebrar o gelo e se aproximar da
criança.
Pergunte sobre a
escola sem chatice
É fundamental acompanhar a vida escolar da criança, certo?
Porém, existem formas mais criativas de arrancar informações dos pequenos do
que mandar a clássica indagação: “O dia foi legal hoje?” – que, na maior parte
das vezes, é respondida com um “sim” ou “não”. Faça perguntas mais focadas,
como “Aconteceu alguma coisa engraçada? ”, “O que você aprendeu de interessante
hoje? ” Ou “Se você fosse um professor por uma semana, o que faria?”. A criança
vai falar sem se sentir interrogada.
Brinque para se
aproximar
É durante as brincadeiras que surgem as conversas
espontâneas e os comentários engraçados. Vocês vão se sentir mais próximos,
estreitar o vínculo e se divertir. De quebra, é possível perceber algumas
formas do filho “funcionar” no mundo: como interage, arma estratégias, reage a
ganhos e perdas, lida com esperas e frustrações, etc. Até mesmo no carro, num
momento de trânsito, é possível brincar. Experimente perguntar: “Quer que eu
tente adivinhar o que está incomodando? Diga ‘quente’ se eu estiver perto de
adivinhar e ‘frio’ se eu estiver longe”. O desafio vai motivar a criança a se
abrir.
Estimule a fantasia
Faça perguntas lúdicas, que despertem a imaginação e, ao
mesmo tempo, gerem respostas divertidas e elucidativas. Um exemplo: “Imagine
que você é um inventor capaz de criar qualquer coisa. O que você inventaria? ”.
Ou então: “Se você encontrasse um gênio da lâmpada e ele te concedesse três
pedidos, quais seriam? E se ele pudesse apagar três coisas que vêm incomodando,
quais você escolheria? ”. E ainda: “Se te entrevistassem num programa de TV, o
que você mencionaria como as três coisas mais legais e mais chatas de estudar
no terceiro ano? ”.
Mostre apoio
Em vez de indagar o que aconteceu na escola ou na casa do
amiguinho para o filho ter ficado de cara fechada, diga que notou que ele está
chateado ou preocupado. Agindo assim, você demonstra preocupação genuína para
ajudar a resolver a questão e deixa claro que se importa mais com os
sentimentos da criança do que com o fato em si.
Substitua uma palavra
simples
“O que você quer ser quando crescer? ” por “Quando você for
adulto, o que gostaria de fazer? ”. A criança já é alguém e a simples
possibilidade de se tornar uma pessoa diferente pode causar ansiedade e medo.
Já o verbo “fazer” dá asas à imaginação e à fantasia.
Não force a barra
Se a criança está calada porque algo a chateou, não tente
obrigá-la a falar a qualquer custo. É importante mostrar que se ela não estiver
pronta para conversar, tudo bem; você estará sempre disponível em outro momento
caso ela queira se abrir. Outra opção é perguntar se o filho prefere escrever
um bilhete sobre o que está acontecendo e te entregar mais tarde.
Dê o exemplo
Como uma pessoa adulta, fale também o que te incomoda, o que
não gostou no trabalho, qual parte do dia foi divertida. As crianças se
espelham em nosso comportamento.
Pergunte: “Que parte
do seu dia você mais gosta?”
É interessante fazer um balanço ao final do dia para avaliar
o que foi bacana e o que pode melhorar. Com essa pergunta, os pais podem
conhecer o que a criança curte, qual a atividade ou o momento que lhe dá maior
prazer, etc. E sendo algo que tem interesse, a chance de ela falar mais é
maior.
*Autora: Heloísa Noronha, colaboradora do UOL. Texto baseado em autoras como Julia Bittencourt (psicóloga clínica e educacional com experiência no atendimento de crianças, gestantes e mães), Juliane Feldmann (neuropsicopedagoga, coordenadora do curso de pós-graduação em Neuropsicopedagogia Institucional e Clínica da UNIP (Universidade Paulista), em São Paulo (SP), e autora dos livros “Pensamentos e emoções”, “Sentimentos e pensamentos” e “Caixinhas”, entre outros especialistas na área de psicologia e educação.
Fonte: Uol
Foto: 123 RF