26 de março: Dia Mundial de Conscientização sobre a Epilepsia

Em 26 de março, anualmente, as pessoas ao redor do mundo são convidadas a usar a cor roxa – é um dia de esforço internacional dedicado ao aumento da conscientização sobre a epilepsia.

O Purple Day (Dia Roxo) foi criado em 2008, por Cassidy Megan, uma criança canadense com nove anos de idade na época. Com a ajuda da Associação de Epilepsia da Nova Escócia (EANS), Cassydi escolheu a cor roxa para representar a epilepsia, por achar que a flor de lavanda, frequentemente associada com a solidão, representava os sentimentos de isolamento que muitas pessoas com epilepsia sentem.

A epilepsia é uma alteração temporária e reversível do funcionamento do cérebro, que não tenha sido causada por febre, drogas ou distúrbios metabólicos. Durante alguns segundos ou minutos, uma parte do cérebro emite sinais incorretos, que podem ficar restritos a esse local ou espalhar-se. Se ficarem restritos, a crise será chamada parcial; se envolverem os dois hemisférios cerebrais, generalizada. Por isso, algumas pessoas podem ter sintomas relativamente evidentes de epilepsia, não significando que o problema tenha menos importância se a crise não for tão aparente.

Sintomas

Em crises de ausência, a pessoa apresenta-se “desligada” por alguns instantes, podendo retomar o que estava fazendo em seguida. Em crises parciais simples, o paciente experimenta sensações estranhas, como distorções de percepção ou movimentos descontrolados de uma parte do corpo. Ele pode sentir um medo repentino, um desconforto no estômago, ver ou ouvir de maneira diferente. Se, além disso, perder a consciência, a crise será chamada de parcial complexa.

Depois do episódio, enquanto se recupera, a pessoa pode sentir-se confusa e ter déficits de memória. Em crises tônico-clônicas, o paciente primeiro perde a consciência e cai, ficando com o corpo rígido; depois, as extremidades do corpo tremem e contraem-se. Quando as crises duram mais de 30 minutos sem que a pessoa recupere a consciência, são perigosas, podendo prejudicar as funções cerebrais.

Causas

Muitas vezes, a causa é desconhecida, mas pode ser uma lesão no cérebro, decorrente de uma forte pancada na cabeça, uma infecção (meningite, por exemplo), neurocisticercose (“ovos de solitária” no cérebro), abuso de bebidas alcoólicas, de drogas. Muitas vezes a origem pode ter relação com má formação congênita do cérebro.

Tratamento

O tratamento das epilepsias é feito com medicamentos que evitam as descargas elétricas cerebrais anormais, que são a origem das crises epilépticas; casos com crises frequentes e incontroláveis são candidatos à intervenção cirúrgica.

Em muitos casos as crises epiléticas não são previsíveis e as pessoas precisam de ajuda, principalmente para não se machucarem durante as convulsões. É importante estar atento e saber como proceder ao presenciar uma crise:

– mantenha a calma e tranquilize as pessoas ao seu redor;
– evite que a pessoa caia bruscamente ao chão;
– tente colocar a pessoa deitada de costas, em lugar confortável e seguro, com a cabeça protegida com algo macio;
– nunca segure a pessoa nem impeça seus movimentos (deixe-a debater-se);
– retire objetos próximos com que ela possa se machucar;
– mantenha-a deitada de barriga para cima, mas com a cabeça voltada para o lado, evitando que ela se sufoque com a própria saliva;
– afrouxe as roupas, se necessário;
– se for possível, levante o queixo para facilitar a passagem de ar;
– não tente introduzir objetos na boca do paciente durante as convulsões;
– não dê tapas;
– não jogue água sobre ela nem ofereça nada para ela cheirar;
– verifique se existe pulseira, medalha ou outra identificação médica de emergência que possa sugerir a causa da convulsão;
– permaneça ao lado da pessoa até que ela recupere a consciência;
– se a crise convulsiva durar mais que 5 minutos sem sinais de melhora, peça ajuda médica;
– quando a crise passar, deixe a pessoa descansar.

Dados citados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que a epilepsia afeta cerca de 50 milhões de pessoas em todo o mundo. A proporção estimada da população em geral com epilepsia ativa é de quatro a 10 em cada mil pessoas.

Em todo o mundo, estima-se que 5 milhões de pessoas sejam diagnosticadas com epilepsia a cada ano. Em países de alta renda, calcula-se que 49 a cada 100 mil pessoas sejam diagnosticadas com epilepsia a cada ano. Em economias de baixa e média rendas, esse número pode chegar a 139 por 100 mil.

A OMS avalia que a maior incidência se deve ao risco de doenças endêmicas, como malária ou neurocisticercose, maior número de lesões causadas pelo trânsito e ao nascimento, além de variações na infraestrutura médica. Cerca de 80% das pessoas com epilepsia vivem em países de baixa e média renda.

Saiba mais

A epilepsia não é contagiosa. Embora muitos mecanismos de doenças subjacentes possam levar à condição. A causa ainda é desconhecida em cerca de 50% dos casos em todo o mundo.

As convulsões podem ser controladas. Até 70% das pessoas que vivem com epilepsia podem ficar livres de convulsões com o uso adequado de medicamentos anticonvulsivos.

A interrupção do uso de medicamentos anticonvulsivos pode ser considerada após dois anos sem convulsões e deve levar em conta fatores clínicos, sociais e pessoais relevantes. Em países de baixa renda, cerca de três quartos das pessoas com epilepsia podem não receber o tratamento de que precisam.

Segundo a OMS, cerca de 25% dos casos de epilepsia são potencialmente evitáveis. A agência aponta que prevenção de acidentes pode evitar epilepsia pós-traumática.

Além disso, focar na redução de fatores de risco cardiovascular, como pressão alta, diabetes e obesidade, juntamente com a evitação do tabaco e do consumo excessivo de álcool, pode ajudar a prevenir a epilepsia associada ao acidente vascular cerebral.

A OMS ainda ressalta que, em áreas tropicais, onde muitos países de baixa e média renda estão localizados, infecções do sistema nervoso central são causas comuns de epilepsia. Educar sobre prevenção de infecções e eliminar parasitas são estratégias eficazes para reduzir a epilepsia globalmente.

Fonte: Ministério da Saúde e Organização das Nações Unidas (ONU)

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