8 de maio | O mistério e a magia de ser Mãe   

Ser mãe é mesmo padecer no paraíso ou esse conceito não passa de uma idealização que se cristalizou ao longo do tempo, na história da humanidade?  

Independentemente do percurso individual, pois as realidades são distintas, um sentimento comum rege as mulheres que experimentam a maternidade: um amor incondicional que se traduz em doação e renúncia.   

A “virada de chave” começa na gestação. Como mensurar a felicidade de sentir um ser se desenvolvendo no próprio corpo, absorvendo seu alimento e recebendo o reflexo de emoções tão contraditórias diante do novo que se apresenta?  

 

No nascimento, abrem-se os portões do paraísoSente-se felicidade, completude e gratidão. É o divino que se manifesta. Mas surgem também medo e insegurança pelo futuro que se impõe.  

Durante a infância, ai que alegria ver os brinquedos espalhados pelo chão, a troca dos dentes de leite, a vozinha chamando “mamãe”, a troca de olhares e afetos!  

 E também quantas noites sem dormir, medindo a febre a cada meia hora, quantas lágrimas derramadas pedindo a Deus a cura de uma enfermidade ou mesmo recursos para que não falte o alimento.  

Que felicidade levar o filho para o parquinho ou o parque de diversões, colocá-lo nos braços e ver em seus olhos a inocência estampada, a confiança de que o amor nunca lhe faltará e que o dorso materno é um poço de afeto, um porto seguro no qual poderá sempre contar.      

 

Na adolescência,  as mudanças exigem dos  filhos adaptação e das mães maturidade, sabedoria, paciência, coragem e  fé.  

E ao mesmo tempo, que alegria ao ver a criança se tornando adulto para ocupar seu espaço no mundo! 

Vem a formatura, o primeiro emprego, mais motivos para comemorar. Mãe e filho juntinhos, mesmo morando em casas separadas.  

Agora ele (a)  cresceu e ganhou asas. É chegada a hora da separação. Vai morar em outra cidade, em outro estado ou país, pode casar e ter filhos.  E no coração das mães, fica aquela sensação de “ninho vazio”.

Mas o amor é capaz de tudo, inclusive de transformar saudades em resiliência e contentamento pela expectativa do encontro. 

Agora a mãe é avó e os brinquedos espalhados pelo chão continuam dividindo com ela a mesma emoção, agora ressignificada.  Dizem que vó é mãe duas vezes… 

E o que dizer da alegria da mãe quando vê o filho colocando em prática os valores que recebeu e os repassando às futuras gerações?   

A experiência e a sensibilidade nos dizem que ser mãe é curvar-se ao mistério e à beleza da Criação, é trazer à realidade o sonho de formar crianças em adultos responsáveis e comprometidos com o bem. O mundo está precisando. Aí reside toda a magia. 

Feliz Dia das Mães!    

 


Texto: Arlinda Carvalho
Fotos: Dreamstime

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