Marcella Pasotte: “O primeiro passo é admitir a necessidade
de parar de fumar e estabelecer uma data para parar”
Os beneficiários da Postal Saúde que desejam parar de fumar podem contar com o atendimento diferenciado do serviço de Atenção Primária à Saúde da Operadora – Estratégia Saúde & Família, já implementado no Distrito Federal e em 20 estados brasileiros. Para marcar o Dia Nacional de Combate ao Fumo, celebrado em 29 de agosto, a Postal Saúde conversou com a Dra. Marcella Silva Pasotte, médica de Família e Comunidade da APS rede Dasa, em São Paulo. Nesta entrevista, ela explica como os profissionais atuam no tratamento da dependência do tabaco e como a abordagem utilizada pela equipe multidisciplinar pretende capacitar os indivíduos para escolhas mais saudáveis, a partir do autocuidado e da educação em saúde. Segundo a médica, o envolvimento da família nesse processo é fundamental para o sucesso da recuperação. Acompanhe o bate-papo:
Postal Saúde – Para as equipes de saúde, qual o maior desafio na luta de combate ao fumo?
Dra. Marcella Silva Pasotte – Um dos maiores desafios para as equipes de saúde no combate ao fumo é a natureza altamente viciante da nicotina presente nos produtos de tabaco. A dependência química dificulta a cessação do tabagismo para muitas pessoas. Além disso, mudar comportamentos arraigados e promover a conscientização sobre os riscos associados ao tabagismo também são desafios relevantes.
Postal Saúde – Além da dependência química e do câncer de pulmão, quais os outros males provocados pelo tabaco?
Dra. Marcella Silva Pasotte – O tabagismo está associado a uma variedade de doenças graves, incluindo doenças cardiovasculares, derrames, doenças respiratórias crônicas, como enfisema e bronquite crônica, e complicações durante a gravidez.
Postal Saúde – Como é feito o tratamento do tabagismo pelos profissionais da Atenção Primária à Saúde da Postal Saúde?
Dra. Marcella Silva Pasotte – O tratamento do tabagismo na Atenção Primária à Saúde da Postal Saúde envolve uma abordagem multidisciplinar, com médico de família, enfermeiro de saúde da família e psicólogo. Os profissionais oferecerem terapia comportamental, aconselhamento individual e medicamentos que ajudam a diminuir a dependência da nicotina. O objetivo é desenvolver estratégias voltadas para a educação em saúde, o empoderamento para o autocuidado, a prevenção de agravos e o auxílio no diagnóstico de comportamentos de risco, bem como para o tratamento baseado em uma terapia individualizada com redução de danos, considerando as necessidades individuais e as preferências dos pacientes.
Postal Saúde – E como é feito o acompanhamento? A família é envolvida no processo?
Dra. Marcella Silva Pasotte – O acompanhamento contínuo é crucial, principalmente pelo risco de recaídas ao longo do processo. A família pode desempenhar um papel de apoio importante, fornecendo incentivo e compreensão quanto às mudanças de humor que podem ocorrer, por exemplo. Além disso, profissionais de saúde como médicos, enfermeiros e psicólogos podem fornecer suporte ao longo do processo, monitorando o progresso e ajustando a abordagem conforme necessário.
Postal Saúde – Qual o primeiro passo para quem quer se livrar da dependência do tabaco?
Dra. Marcella Silva Pasotte – O primeiro passo é admitir a necessidade de parar de fumar e estabelecer uma data para parar. Mas buscar ajuda profissional é fundamental. Além disso, identificar gatilhos e desenvolver estratégias para lidar com as vontades de fumar são passos importantes.
Postal Saúde – Na sua avaliação, os jovens brasileiros estão mais conscientes com relação aos riscos do tabaco?
Dra. Marcella Silva Pasotte – A conscientização sobre os riscos do tabaco tem aumentado entre os jovens, em parte devido aos esforços de educação e campanhas de saúde pública. No entanto, ainda existem desafios, especialmente com a popularização de novos produtos como cigarros eletrônicos. É importante continuar educando os jovens sobre os riscos associados ao tabaco.
Postal Saúde – Os cigarros eletrônicos e o narguilé são mais nocivos que o cigarro comum?
Dra. Marcella Silva Pasotte – Embora os cigarros eletrônicos e o narguilé muitas vezes sejam percebidos como menos prejudiciais, eles também podem ser prejudiciais à saúde. Os cigarros eletrônicos podem conter substâncias tóxicas e a nicotina ainda está presente em muitos deles. O narguilé, por sua vez, pode expor os usuários a grandes quantidades de fumaça e substâncias nocivas, aumentando os riscos de doenças respiratórias e cardiovasculares.
Postal Saúde – A medicina integrativa (acupuntura, fitoterapia, homeopatia, entre outras) pode ajudar no controle da dependência do tabaco?
Dra. Marcella Silva Pasotte – A medicina integrativa pode desempenhar um papel complementar no controle da dependência do tabaco. As práticas integrativas e complementares como acupuntura, auriculoterapia, fitoterapia e homeopatia podem ajudar a aliviar sintomas de abstinência e ansiedade associados à cessação do tabagismo. No entanto, é importante que essas abordagens sejam utilizadas como parte de um plano abrangente de tratamento, em conjunto com abordagens tradicionais baseadas em evidências.
Postal Saúde – Quais as orientações que a senhora deixa para os beneficiários da Postal Saúde e empregados dos Correios que querem se livrar da dependência química?
Dra. Marcella Silva Pasotte – Para aqueles que desejam se livrar da dependência química do tabaco, a orientação é buscar ajuda profissional. Converse com um médico ou profissional da sua equipe da Atenção Primária à Saúde da Postal Saúde para desenvolver um plano terapêutico de cuidado. Esteja preparado para enfrentar desafios, mas lembre-se de que é um passo vital para melhorar a sua saúde e qualidade de vida e que há recursos e estratégias disponíveis para ajudá-lo. O apoio da família e amigos, juntamente com o comprometimento pessoal, será fundamental nesse processo.
Saiba como funciona a Atenção Primária à Saúde – Estratégia Saúde & Família em seu estado
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Por: Arlinda Carvalho
Foto: Arquivo pessoal