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Saiba o que dizem os estudos sobre a reinfecção da covid-19 e as novas variantes

Ter sido infectado uma vez não garante que você não será infectado novamente no futuro, garantem especialistas

23 de março de 2021 - Atualizado em 29 de março de 2021

 

Uma pesquisa da agência de saúde pública do governo britânico, Public Health England, descobriu que a maioria das pessoas que contraíram covid-19 (83%) tem imunidade por pelo menos cinco meses.

No entanto, casos de reinfecção, embora raros, estão sendo identificados em vários países. E a maior preocupação para os especialistas em saúde é a reinfecção com novas variantes.

Se um número significativo de pessoas que superaram a covid-19 começar a testar positivo novamente, pode ser devido a uma nova variante. Neste caso, uma cepa que é capaz de evitar os anticorpos gerados pelo corpo de uma pessoa após uma primeira infecção.

Existem muitos milhares de versões diferentes do coronavírus circulando, mas as mais preocupantes no momento são:

– A variante do Brasil (também conhecida como P.1), que já foi encontrada em pelo menos 15 países

– A variante do Reino Unido ou Kent (também conhecida como B.1.1.7), que se espalhou para mais de 50 países e parece estar em mutação novamente

– A variante da África do Sul (B.1.351), encontrada em pelo menos 20 outros países

Não é inesperado que novas variantes tenham sido desenvolvidas, já que todos os vírus sofrem mutação enquanto fazem cópias de si mesmos para se espalhar e prosperar.

Muitas dessas diferenças são irrelevantes. Alguns podem até ser prejudiciais à sobrevivência do vírus. Mas alguns podem torná-lo mais infeccioso ou ameaçador. Nos três casos acima, as novas variantes mais contagiosas desempenharam um papel importante na produção de altas taxas de infecções e hospitalizações.

Vacinas funcionam contra novas variantes?

Até agora, as vacinas ainda devem funcionar contra novas variantes. As novas cepas de covid representam um novo desafio para conter a propagação da doença. As vacinas atuais foram elaboradas com base em versões anteriores do coronavírus, mas os cientistas acreditam que ainda devem funcionar, embora talvez não tão bem.

Um estudo recente sugere que a variante brasileira pode estar resistindo a anticorpos em pessoas que deveriam ter alguma imunidade porque tinham contraído e covid e se recuperado de uma versão anterior do coronavírus.

Os primeiros resultados de laboratório, no entanto, sugerem que a vacina da Pfizer pode proteger contra as novas variantes, embora um pouco menos eficaz.

Duas novas vacinas contra o coronavírus que podem ser aprovadas em breve (uma da Novavax e outra da Janssen) parecem oferecer alguma proteção também.

Dados da equipe de vacinas Oxford-AstraZeneca sugerem que ela protege da mesma forma contra a nova variante do Reino Unido. Ele oferece menos proteção contra a variante da África do Sul, embora ainda deva proteger contra casos graves.

Os primeiros resultados da Moderna sugerem que sua vacina é eficaz contra a variante da África do Sul, embora a resposta imunológica possa não ser tão forte ou duradoura.

No Brasil, o Instituto Butantan informou que estudos preliminares realizados com pessoas vacinadas demonstram que a Coronavac é capaz de neutralizar variantes do novo coronavírus. Dados iniciais apontam, segundo o instituto, que a Coronavac é capaz de combater as variantes P.1 (também conhecida como amazônica) e P.2 (do Rio de Janeiro) do novo coronavírus.

Novas variantes podem surgir no futuro, mas mesmo no pior cenário, as vacinas poderiam ser redesenhadas e ajustadas para serem uma combinação melhor. Isso poderia acontecer em questão de semanas ou meses, se necessário, dizem os especialistas.

Podemos um dia acabar tratando o coronavírus como tratamos a gripe, onde uma nova injeção é produzida a cada ano para compensar quaisquer alterações nos vírus da gripe circulantes.

Fonte: BBC Brasil
Foto: Dreamstime