A Campanha Nacional de Vacinação contra Poliomielite foi prorrogada em vários estados, por causa da baixa adesão. Apenas 44% das crianças receberam a imunização, até agora.
Em alguns locais, a campanha segue até o dia 13 de novembro, como é o caso do Espírito Santo e de São Paulo. Outros, até o fim do mês, como o Pará e Minas Gerais. Para saber se a campanha continua é importante buscar informações junto à Secretaria de Saúde de cada Estado.
Mais de 55% das crianças em todo o país ainda precisam ser imunizadas. Os dados do Ministério da Saúde ainda são parciais, porque as Secretarias de Saúde dos municípios têm até o fim de novembro para registrar as vacinas aplicadas.
O Pará é um dos estados que resolveu levar a vacinação até 30 de novembro. Lá, até o momento, apenas 24,8% do público-alvo foi vacinado. Bruno Pinheiro, diretor de epidemiologia da Secretaria de Saúde do estado, explica que um dos principais motivos para a baixa adesão foi a pandemia de covid-19.
Para alcançar a meta, que é vacinar pelo menos 95% das crianças, o Pará terá mais bancadas de vacinação e os horários de atendimento nas unidades de saúde do estado serão ampliados. Além de aporte de combustível para embarcações para levar a vacinação às comunidades ribeirinhas.
Mesmo a doença sendo considerada erradicada no Brasil, o infectologista Hemerson Luz explica porque a imunização é importante. De acordo Hemerson Luz, existem dois principais tipos de poliomielite. A não paralítica tem sintomas mais leves como uma simples dor de cabeça ou uma febre. Já a polio paralítica apresenta um quadro com lesões neurológicas, causando flacidez dos
músculos, que acabam não se desenvolvendo.
A campanha nacional contra a poliomielite começou no dia 5 de outubro e a meta era vacinar 95% das crianças. Ela teve início junto com a campanha de multivacinação, que tem como meta atualizar a situação vacinal de crianças e adolescentes menores de 15 anos, ofertando todas as vacinas do calendário nacional de vacinação.
Esquema vacinal
A vacinação tem estratégias diferenciadas para as crianças menores de um ano e para aquelas na faixa etária de 1 a 4 anos de idade. Todas as crianças menores de 5 anos deverão comparecer às salas de vacinas para receber uma dose da vacina contra poliomielite. A depender do esquema vacinal registrado na caderneta, a criança poderá receber a Vacina Oral Poliomielite (VOP), como dose de reforço ou dose extra, ou a Vacina Inativada Poliomielite (VIP), como dose de rotina.
A doença no Brasil
Desde 1989, o Brasil não registra casos de poliomielite. A área técnica de imunização da Secretaria de Saúde alerta sobre a necessidade das crianças receberem as doses da vacina mesmo sem registros da doença há mais de 30 anos, uma vez que as coberturas vacinais ainda são heterogêneas, podendo levar à formação de bolsões de pessoas não vacinadas, o que possibilita a
reintrodução do poliovírus.
Em 1994, o país recebeu da Organização Pan-americana da Saúde (Opas) a certificação de área livre de circulação do poliovírus selvagem do seu território, juntamente com os demais países das Américas. Desde então, em todo território nacional, são feitas campanhas para atingir a meta dos indicadores preconizados pelo Ministério da Saúde para manutenção do título de país livre da doença.
Fontes: Agência Brasil
Agência Brasília/Secretaria de Saúde do DF
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Fonte: agência brasil