Abril é o mês de conscientização sobre o Transtorno do Espectro do Autismo (TEA). Neste ano, o tema da campanha da Organização das Nações Unidas (ONU) é “Ilumine-o de azul”.
O objetivo é conscientizar a sociedade sobre as contribuições das pessoas que vivem com autismo em casa, no trabalho e nas artes, bem como discutir sobre a importância da formulação de políticas públicas para fazer avançar os direitos e as liberdades fundamentais. Estima-se que uma em cada 160 crianças possui autismo, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS).
Autonomia e respeito
Para o secretário-geral da ONU, António Guterres, apesar de conquistas importantes, as pessoas seguem enfrentando barreiras sociais e ambientais para exercer seus direitos plenos e liberdades fundamentais. Ele citou a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiências e a Agenda 2030 de desenvolvimento sustentável. O líder das Nações Unidas acredita que é preciso fazer mais ao promover a educação inclusiva, a igualdade em oportunidades de trabalho e a autonomia num ambiente de respeito.
António Guterres também ressalta a importância do papel das famílias e cuidadores de pessoas que vivem com autismo. Ele destaca que a sociedade em todo o mundo precisa reconhecer as contribuições ativas e diversas das pessoas com autismo.
Causas
As evidências científicas disponíveis indicam a existência de múltiplos fatores, incluindo fatores genéticos e ambientais, que tornam mais provável que uma criança possa sofrer um TEA.
Sintomas
De acordo com o quadro clínico, os sintomas podem ser divididos em 3 grupos:
– Ausência completa de qualquer contato interpessoal, incapacidade de aprender a falar, incidência de movimentos estereotipados e repetitivos, deficiência mental;
– O paciente é voltado para si mesmo, não estabelece contato visual com as pessoas nem com o ambiente; consegue falar, mas não usa a fala como ferramenta de comunicação (chega a repetir frases inteiras fora do contexto) e tem comprometimento da compreensão;
– Domínio da linguagem, inteligência normal ou até superior, menor dificuldade de interação social que permite levar a vida próxima do normal.
Diagnóstico e características clínicas
O diagnóstico do autismo é essencialmente clínico, realizado por meio de observação direta do comportamento do paciente e de uma entrevista com os pais ou cuidadores. Os sintomas característicos dos transtornos do espectro do autismo (TEA) estão sempre presentes antes dos 3 anos de idade, com um diagnóstico possível por volta dos 18 meses. Normalmente os pais começam a se preocupar entre os 12 e os 18 meses, na medida em que a linguagem não se desenvolve.
Tratamento
O autismo é um transtorno crônico, mas que conta com esquemas de tratamento que devem ser introduzidos tão logo seja feito o diagnóstico e aplicados por equipe multidisciplinar. Envolve a intervenção de médicos, psicólogos, fonoaudiólogos, pedagogos, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais e educadores físicos, além da imprescindível orientação aos pais ou cuidadores. É altamente recomendado que uma equipe multidisciplinar avalie e desenvolva um programa de intervenção personalizado, pois nenhuma pessoa com autismo é igual a outra.
Um obstáculo frequente reside no conhecimento insuficiente e nos equívocos que os profissionais de saúde têm sobre os TEA.
Epidemiologia
Estima-se que 1 em cada 160 crianças tenha um TEA. Essa estimativa representa um valor médio, uma vez que a prevalência observada varia consideravelmente entre os diferentes estudos. No entanto, em alguns estudos bem controlados, números significativamente maiores foram registrados. A prevalência de TEA em muitos países de baixa e média renda ainda é desconhecida.
De acordo com estudos epidemiológicos realizados nos últimos 50 anos, a prevalência global desses Transtornos parece estar aumentando. Existem muitas explicações possíveis para este aparente aumento da prevalência, incluindo maior conscientização, expansão de critérios diagnósticos, melhores ferramentas de diagnóstico e melhor comunicação.
Narrativa de cura ou conversão
Uma das discussões baseia-se no chamado “paradigma da neurodiversidade”, um conceito desenvolvido na década de 1990 pela socióloga Judy Singer. A proposta é se afastar da narrativa sobre cura ou conversão de pessoas com autismo para focar na aceitação, no apoio e na inclusão sempre advogando pelos seus direitos. A adoção do conceito ajuda quem vive com autismo a desenvolver autoestima, dignidade e a se tornar inteiramente integrado à família e a sociedade.
A data
O Dia Mundial de Conscientização sobre Autismo, 2 de abril, foi criado em 2007 pela Assembleia Geral da ONU para combater discriminação e outros desafios enfrentados por quem vivem com autismo. Os níveis de aceitação variam de país para país. As celebrações contam com o apoio do Instituto de Neurodiversidade, ION, com sede na Suíça e presente em 14 países.
No Brasil, o Dia Nacional de Conscientização sobre o Autismo, também celebrado em 2 de abril, foi criado pela Lei 13.652/2018 , em reciprocidade à data mundial.
Conheça a Estratégia Saúde & Família da Postal Saúde
Se você é beneficiário da Postal Saúde e tem um filho ou dependente no plano de saúde com suspeita de autismo, busque orientação da equipe da Estratégia Saúde & Família. O serviço é um modelo de atenção primária à saúde que a Operadora oferece aos seus beneficiários, com foco na prevenção de doenças, no cuidado integral e na assistência contínua, ao longo da vida. É o mesmo conceito de atendimento feito pelo “médico de família”, sistema amplamente adotado nos países desenvolvidos. Além de cuidar da saúde de forma preventiva, esse modelo permite mais economia para o bolso do beneficiário, uma vez que não há coparticipação para as atividades que integram o pacote de serviços da Estratégia
Saiba como funciona a Estratégia Saúde & Família em seu estado
Fontes:
Associação de Amigos do Autista
Blog do Ministério da Saúde
Sites do do Senado Federal e da Postal Saúde
Arte: Comunicação/Postal Saúde
Foto: Banco de imagens 123rf