Neste ano, a campanha de incentivo ao aleitamento materno no Brasil aderiu ao slogan “Apoie a amamentação: faça a diferença para mães e pais que trabalham”, escolhido pela Organização Mundial de Saúde para marcar a Semana Mundial do Aleitamento Materno, celebrada entre 1 º e 7 de agosto. O objetivo é sensibilizar empresas e instituições a apoiarem as mães trabalhadoras que precisam amamentar seus filhos.

 

Unidades Básicas de Saúde receberão Salas de Amamentação

 

Ao lançar a campanha Agosto Dourado, na segunda-feira (31/8), o Ministério da Saúde anunciou que Salas de Amamentação, a partir de agora, farão parte dos projetos de construção de Unidades Básicas de Saúde. Segundo a ministra Nísia Trindade, essas salas já estão em fase de implantação, como projeto-piloto, em  cinco estados: Pará, Paraíba, Distrito Federal, São Paulo e Paraná. A iniciativa visa apoiar mães que trabalham fora, especialmente aquelas que estão no mercado informal e não têm o amparo da legislação.

Leia aqui a íntegra da notícia publicada no site do Ministério da Saúde 

 

Incentivo ao aleitamento exclusivo

 

O Brasil vem evoluindo nas taxas de amamentação ao longo das décadas, mas ainda está abaixo do recomendado. A prevalência de aleitamento materno exclusivo entre crianças menores de 6 meses no país foi de 45,8%, segundo o Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (ENANI) publicado em 2021. Representa um avanço relevante em cerca de três décadas – pois o percentual era de 3% em 1986.

O Ministério da Saúde recomenda que as crianças sejam amamentadas até os dois anos ou mais e de forma exclusiva até o 6º mês de vida. Segundo a OMS e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), em torno de seis milhões de vidas de crianças são salvas a cada ano por causa do aumento das taxas de amamentação exclusiva até o sexto mês de vida

A meta estabelecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) é que, até 2025, pelo menos 50% das crianças de até seis meses de vida sejam amamentadas exclusivamente. E a expectativa é que esse índice, até 2030, chegue a 70%.

Importância dos Bancos de Leite

 

O evento de lançamento da campanha da Semana Mundial de Amamentação 2023 serviu de cenário para o lançamento do Programa de Certificação Fiocruz para Bancos de Leite Humano (BLHs), que terá como objetivo avaliar o grau de conformidade dos Bancos de Leite perante a legislação, buscando garantir a qualidade nas ações realizadas pelos Bancos de Leite Humano.

Leia também: Semana Mundial de Aleitamento Materno mobiliza instituições de saúde 

 

Benefícios do aleitamento materno

 

O leito materno é o melhor alimento para o bebê durante os primeiros seis meses de vida, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) e a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). Confira alguns benefícios:

Protege do risco de morte infantil em até 13%, principalmente nos primeiros 5 anos de vida, período em que o risco costuma ser maior, independentemente de a criança ter comorbidades;

Reduz as internações. De acordo com dados do Ministério da Saúde, a amamentação exclusiva nos primeiros meses de vida reduz em até 63% as internações hospitalares por doenças respiratórias, como pneumonia, bronquiolite e gripes;

Reduz a ocorrência de diarreias, afecções perinatais e infecções, principais causas de morte de recém-nascidos, porque contém imunoglobulina A, proteína que age na proteção das mucosas do sistema respiratório do bebê. Além disso, reduz a exposição e a absorção intestinal de alergênicos responsáveis pelas doenças respiratórias;

Estimula o desenvolvimento do sistema imunológico das crianças;

Traz inúmeros benefícios também para a saúde da mulher, como a redução das chances de desenvolver câncer de mama e de ovário;

Facilita a perda de peso da mãe no pós-parto, além de reduzir os riscos de diabetes tipo 2 e de câncer de mama e de ovário;

Contribui para trazer ainda mais benefícios para a mãe e o bebê se for prolongada além de seis meses, como complemento da alimentação.

 

Origem das campanhas 

 

O mês do Aleitamento Materno no Brasil foi instituído pela Lei nº 13.435/2.017 , determinando que, no decorrer do mês de agosto, serão intensificadas ações intersetoriais de conscientização e esclarecimento sobre a importância do aleitamento materno.

Já a campanha mundial teve suas origens em em 1990, a partir do documento “Declaração de Innocenti”, produzido pela Organização Mundial de Saúde, em parceria com a UNICEF. Para cumprir os compromissos assumidos pelos países após a assinatura deste documento, em 1991 foi fundada a Aliança Mundial de Ação Pró-Amamentação (WABA, sigla em inglês).

Em 1992, a WABA criou a Semana Mundial de Aleitamento Materno e, todos os anos, define um tema a ser explorado e lança materiais que são traduzidos em 14 idiomas com a participação de cerca de 120 países.


Edição: Comunicação/Postal Saúde

Fontes: Agência Brasil/Ministério da Saúde/Fiocruz

Arte: Ramon de Oliveira/Postal Saúde