Para a escritora mineira Adélia Prado, 85 anos, conhecida por retratar o feminino em suas obras, a maternidade em sua geração “não era sacrifício, mas um desejo e uma missão aceita com gosto, orgulho e alegria”. Segundo a poetisa de Divinópolis, atividades como acordar à noite, amamentar e trocar faldas “não eram consideradas atos de heroísmo”.
De lá para cá, no entanto, o papel da mulher na sociedade sofreu profundas transformações e ela passou a acumular novas funções, trazendo mais desafios à maternidade. A amamentação é um deles. Muitas vezes, por falta de orientação correta pelos profissionais de saúde ou de apoio dos parceiros ou da falta de políticas de RH nas empresas para incentivar o aleitamento materno, as mulheres enfrentam dificuldades para amamentar, com prejuízos ao pleno desenvolvimento do bebê.
A Postal Saúde está entre as empresas que apoiam a campanha Agosto Dourado, de incentivo à amamentação. A Operadora adota a licença-maternidade de 6 meses, possibilitando às mães amamentar o bebê exclusivamente com o leito materno durante esse período. Esse apoio é fundamental e quem atesta são as empregadas da Postal Saúde, Estefane da Silva Figueiredo Lima (Recife); Danielle Neves Vasconcelos Dias (DF) e Helly Sandra Ribeiro da Silva (DF).
“Pretendo amamentar até quando eu tiver condições”
Aos 28 anos e mãe de seu primeiro filho, Théo, de 7 meses, Estefane (foto) conta como o tempo de licença-maternidade foi fundamental para ela se sentir mais segura com relação aos cuidados e ao contato com Théo.
“Esses 6 meses são um período importante para a adaptação da mãe e do bebê. Se eu tivesse que retornar antes ao trabalho, acho que seria muito mais difícil passar por essa fase, que é deliciosa, mas difícil e cansativa”, afirma a técnica, lotada na Filial de Pernambuco
Ela conta que, apesar das dificuldades iniciais, todas superadas, a amamentação vai de vento em popa, com o Théo amamentando à noite, por livre demanda, sempre quando ele tem vontade.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) e a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) recomendam durante os primeiros seis meses o aleitamento materno exclusivo por livre demanda, ou seja, sem restrições de horários e de tempo de permanência do bebê no peito.
“Na primeira semana foi um pouco difícil, pois o leite não descia e o Théo teve que ficar 5 dias na UTI neonatal para tratar uma hipoglicemia. Para incentivar o aleitamento materno exclusivo, a equipe do Hospital recorreu à translactação, e sete dias depois ele já estava mamando normalmente” explica Estefane.
A técnica consiste em estimular a “pega” do peito, colocando o bebê para mamar o leite da própria mãe, retirado antes, através de uma sonda colocada próxima do mamilo. “O leite materno faz uma diferença muito grande. O Théo cresceu e ganhou peso rápido. Ele é muito saudável e hoje está com 9 quilos e 64 centímetros”, orgulha-se a mamãe coruja.
Como a OMS e a SBP recomendam o aleitamento materno até os dois anos de vida ou mais, Théo conta com três aliados de peso para aproveitar por mais tempo o aconchego do peito materno.
“Pretendo amamentar até quando ele quiser e eu tiver condições”, planeja Estefane, que chegou a doar leite para o Banco de Leite do Hospital Agamenon Magalhães, cujo estoque estava em falta. Palmas para ela.
“O apoio que a mulher recebe é emocional e físico”
Com mais experiência na chegada de seu segundo filho, José Antônio, com 6 meses incompletos, Danielle Vasconcelos (foto) também é entusiasta do aleitamento materno exclusivo.
“É uma conexão muito forte, sem contar que traz muitos benefícios para o bebê”, atesta. Ela conta que no primeiro mês de vida José Antônio teve bronquiolite e para que o problema não o impedisse de mamar, ela contratou uma enfermeira obstétrica, que também era doula, para ajudar nos exercícios respiratórios do bebê.
“Foi difícil, mas já no segundo mês ele ganhou peso e cresceu muito. Ele é muito saudável”, acrescenta Danielle. O apoio profissional foi essencial, pois nesse período ela perdeu a mãe e precisou reunir forças para enfrentar o luto, sem se descuidar dos cuidados com o filho recém-nascido.
Dani, como é carinhosamente chamada, lembra como é fundamental para a mulher informar-se sobre o aleitamento materno e recorrer a uma rede de apoio.
“É importante contar com a ajuda do cônjuge, da família, dos profissionais de saúde e buscar informação nas redes sociais com grupos idôneos especializados, para que a amamentação flua de forma natural”, orienta.
“O apoio que a mulher recebe é emocional e físico, pois ela renuncia a muitas coisas. Mas vale muito a pena. O aleitamento materno é uma proteção para o bebê”, conclui a gerente de Relacionamento da Postal Saúde, que conta com a ajuda do marido para as demandas do bebê.
“Foi tudo muito mágico. Nada do que eu temia aconteceu”
Para Helly Sandra (foto abaixo), a vinda do seu primeiro filho, Théo Henrique, hoje com 9 meses, superou todas as expectativas. Ela confidencia que tinha medo das dores do parto e por isso optou por cesariana. E de tanto ouvir falar sobre problemas enfrentados pelas mães durante a amamentação, temia não poder levar adiante o aleitamento materno. Mas contrariando suas expectativas menos otimistas, tudo fluiu muito bem.
“Foi tudo muito mágico. Nada do que eu temia aconteceu”, comemora. “Só tive pequenas fissuras no peito ainda na maternidade, mas assim que a equipe do hospital identificou o problema, foi feito um procedimento a laser e 15 minutos depois meu peito já estava cicatrizado, pronto para a amamentação”.
O pequeno Théo também não se fez de rogado. Aproveitou o aleitamento exclusivo por livre demanda até os 6 meses. Afinal, “quem não chora não mama”, como diz o ditado popular.
Para as mães que têm receios quanto à amamentação, Helly dá uma dica importante: “Não desistam, porque a recompensa de ver a criança sendo alimentada no peito da mãe é muito gratificante. Mas se não for possível, pois cada caso é um caso, não se sintam culpadas”, aconselha, com a segurança de quem se informou muito sobre o assunto na mídia e na literatura especializada.
“Li bastante, busquei informações no Instagram e em sites confiáveis. Valeu muito a pena”, conclui a analista da Postal Saúde, que também recorre à ajuda do marido na bela e exaustiva tarefa da maternidade.
Fica a dica
A Postal Saúde parabeniza as mamães pelo aleitamento materno, dá as boas-vindas a Théo Figueiredo, a José Antônio e a Théo Henrique. E para o trio mais fofo do ano, fica a dica: mamem bastante, pois o leite materno tem muitos nutrientes, fortalece o sistema imunológico e aumenta a conexão com a mãe. Eh vidão!
Por: Arlinda Carvalho (Comunicação/Postal Saúde)
Fotos: Arquivos pessoais