Agosto é o mês de conscientização da importância do aleitamento materno. A campanha mundial foi deflagrada durante a Semana Mundial de Aleitamento Materno (Smam), de 1º a 7 de agosto, com o mote “Proteger a amamentação: uma responsabilidade de todos”. A temática foi definida pela Aliança Mundial para Ação de Aleitamento Materno (WABA, em inglês).
Isso porque no tema deste ano, a WABA tomou como princípio que o aleitamento materno é um direito humano que precisa ser respeitado, protegido e cumprido por todos. “Nós, da SBP, entendemos ser essencial a responsabilidade dos pediatras nessa missão de defender a amamentação, fazendo a diferença. Por isso, visando cada vez mais o aperfeiçoamento desses especialistas, a SBP oferece um curso EAD de aleitamento, que já está em sua segunda turma, com foco na formação dos residentes”, explica o presidente do
Departamento Científico de Aleitamento Materno (DCAM), dr. Luciano Borges Santiago.
Postal Saúde na campanha
A Postal Saúde, com o intuito de estimular o aleitamento materno, entrevistou a enfermeira Kelly Bonan, do Banco de Leite do Hospital Universitário de Brasília (foto). Ela destacou a importância dos profissionais de saúde e da Rede Nacional de Bancos de Leite Humano (REDEBLH) para ajudar as mães na amamentação e para o processamento do leite humano que será doado às maternidades.
“Quando a dificuldade do aleitamento tem origem no bebê, por exemplo, os profissionais de saúde e da Rede de Bancos de Leite devem orientar as mães sobre a melhor conduta, fazendo as correções para maior pega do bebê no seio materno.
Entre as orientações estão: não introduzir mamadeiras, chupetas e bicos de silicone que interferem na sucção do bebê e prejudicam a pega do seio, induzindo o bebê a fazer a escolha errada pelo bico da mamadeira, que acaba estimulando o abandono do seio materno. Nesses casos e em outros, os fatores precisam ser corrigidos para que a amamentação continue”, explica a enfermeira.
Outro fator importante relacionado à nutrição do bebê é a amamentação a livre demanda, sem hora certa para mamar (como a cada três horas, por exemplo). Kelly Bonan explica porque os profissionais defendem a amamentação sem horários pré-definidos.
“A criança vai demonstrar o momento que ela precisa se alimentar no seio materno”, defende a profissional, seguindo o coro de especialistas no assunto. Ou seja, quando tiverem fome, eles irão sinalizar para a mãe, com o choro.
Confira algumas perguntas e respostas sobre aleitamento materno:
Por que o leite materno é tão recomendado?
Essa recomendação decorre do fato de ser um alimento que ajuda no desenvolvimento da criança, protegendo sua saúde. Por isso, o leite materno é o alimento ideal para o seu bebê, pois supre todas as necessidades nutricionais até os seis meses de idade, evitando problemas como a desnutrição, entre outros.
Quando o leite materno deve ser introduzido?
O bebê deve mamar logo após o nascimento. O leite dos primeiros dias após o parto é chamado de colostro e oferece grande proteção contra infecções. Dizemos que o colostro é a “primeira vacina” do bebê.
O leite materno precisa de reforços nutricionais?
Não. Por isso, mães fiquem atentas: não existe leite materno “fraco” ou “aguado”. A composição do leite materno fornece a água necessária para manter o seu filho hidratado. Mesmo em temperaturas ambientais elevadas está sempre fresco e se encontra na temperatura certa, prontinho para beber. Sua composição nutricional balanceada contribui para o crescimento e desenvolvimento adequado do seu filho.
Quais são os benefícios do uso do leite materno no desenvolvimento da criança?
As vantagens são inúmeras. Dentre as principais destaca-se o fato de que a criança amamentada ao seio estará protegida contra alergias e infecções, fortalecendo-se com os anticorpos da mãe e evitando problemas como diarreias, pneumonias, otites e meningites. Além disso, a amamentação favorece o desenvolvimento dos ossos e fortalece os músculos da face, facilitando o desenvolvimento da fala, regulando a respiração e prevenindo problemas na dentição.
Além das vantagens físicas, há outras relacionadas ao leite materno?
Sim. Por exemplo, a amamentação é mais prática, mais econômica e evita o risco de contaminação no preparo de outros leites. Também merece destaque o fato comprovado de que o aleitamento materno cria um vínculo entre a mãe e o bebê, proporcionando maior união entre eles. Há estudos que também sugerem que as crianças amamentadas são mais tranquilas, inteligentes e mais felizes.
O aleitamento materno traz vantagens também para as mulheres?
Claro que sim. Além de ver seu filho se desenvolver de forma plena e saudável, a mãe que amamenta volta mais rapidamente ao seu peso normal. Essas mulheres também veem ser reduzidas as chances de ter desenvolverem diabetes e infarto cardíaco. Estudos também apontam que a amamentação ajuda a reduzir a hemorragia após o parto e previne o câncer de mama e de ovário. Uma coisa também é certa: a mãe, ao oferecer o seio ao seu filho, transmite-lhe segurança, prazer e conforto. Nesse processo, ocorre liberação de hormônio (endorfinas) que aumentam a sensação de prazer e felicidade para a mulher que amamenta. Além disso, melhora sua autoestima, ao saber que seu bebê está saudável porque está recebendo o alimento ideal: o seu leite!
Será que existe leite fraco?
Não. O leite materno nunca é fraco. A aparência do leite muda conforme a fase da amamentação. Nos primeiros dias o leite é geralmente em pequena quantidade. É o colostro, um leite concentrado, nutritivo e com muitos anticorpos. É a primeira vacina do bebê.
O que fazer para ter bastante leite?
Quando o bebê começa a mamar, quando nasce, ainda na sala de parto, a descida e a produção do leite são mais rápidas. Quanto mais o bebê mama, mais leite se produz. A produção do leite acontece quando o bebê suga. Para manter boa produção do leite, a mãe deve oferecer sempre que ele quiser, inclusive durante a noite. Descansar também ajuda. Para o bebê mamar mais, não dê a ele chá, água, sucos ou outro tipo de leite nos primeiros meses de vida.
Quer saber mais sobre o aleitamento materno? Leia a Cartilha Saúde da Criança – Aleitamento Materno e Alimentação Complementar, 2ª edição, do Ministério da Saúde.
Por: Comunicação/Postal Saúde
Fontes:
Sociedade Brasileira de Pediatria
Hospital Universitário de Brasília
Ministério da Saúde/Anvisa