Câncer do colo do útero: um desafio à saúde feminina no Brasil

Uma das formas de prevenção para qualquer doença é por meio da informação. Durante a campanha Outubro Rosa, a Postal Saúde disponibiliza uma série de conteúdos relacionados à inciativa para orientar e fomentar a importância dos cuidados com a saúde feminina. Neste material, vamos abordar o câncer do colo do útero, uma das neoplasias mais comuns entre as mulheres brasileiras, ocupando a terceira posição em frequência nacional.  

O cenário é marcado por profundas desigualdades regionais, com incidência e mortalidade alarmantes, especialmente nas regiões menos desenvolvidas do país, como a região Norte. Em resposta a essa realidade, uma mobilização global está em andamento para eliminar essa doença, praticamente 100% prevenível por meio de vacinação e rastreamento adequados. 

Essa forma de câncer está ligada à infecção persistente a subtipos oncogênicos do vírus HPV (Papilomavírus Humano). Entre os diversos tipos de HPV, os subtipos 16 e 18 se destacam, sendo responsáveis por 70% dos casos de câncer cervical. Embora a infecção pelo HPV seja bastante comum, com estimativas indicando que 80% das mulheres sexualmente ativas poderão adquiri-la em algum momento de suas vidas, a maioria dos casos tende a reverter de forma espontânea. No entanto, em situações em que essa regressão não acontece, podem surgir lesões precursoras que, se detectadas e tratadas precocemente, permitem a prevenção da progressão para o câncer. 

Prevenção e tratamento 

A vacina contra o HPV surge como a principal ferramenta de prevenção, oferecendo proteção contra os subtipos oncogênicos 6, 11, 16 e 18. Os dois primeiros estão relacionados ao desenvolvimento de verrugas genitais, enquanto os subtipos 16 e 18 são os grandes responsáveis pelo câncer do colo do útero. A recomendação atual é que meninos e meninas entre 9 e 14 anos recebam uma dose única da vacina, uma vez que sua eficácia é maximizada quando administrada antes do início da vida sexual. 

Além disso, o Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza a vacina para pessoas de 9 a 45 anos que vivem com HIV/Aids, transplantados, pacientes oncológicos, e também para aqueles que foram vítimas de violência sexual, devido ao risco elevado de complicações relacionadas ao HPV. As portadoras de papilomatose respiratória recorrente (PPR) também estão incluídas nessa faixa etária ampliada. 

Diagnóstico precoce

A detecção precoce do câncer do colo do útero é realizada por meio do exame citopatológico, recomendado para mulheres entre 25 e 64 anos, a cada três anos. Essa estratégia é crucial para identificar alterações celulares precoces e possibilitar intervenções que podem salvar vidas. 

A luta contra o câncer do colo do útero no Brasil é uma questão de saúde pública que requer informação, conscientização e, principalmente, ação coletiva. A vacinação e a detecção precoce são armas poderosas nessa batalha, e a participação de todos é fundamental para a eliminação definitiva dessa doença. 

Fonte: Instituto Nacional de Câncer – INCA

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