No dia 9 de dezembro, o Brasil celebra o Dia da Criança com Deficiência, uma data que visa aumentar a conscientização sobre a importância de compreender e respeitar o universo das crianças com deficiência. Dentre os objetivos destacam-se a promoção da melhoria da qualidade de vida dos pequenos e a necessidade de atenção e cuidados adequados.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que 70% das deficiências poderiam ser evitadas ou atenuadas com o devido acompanhamento médico. Isso inclui exames em gestantes e recém-nascidos, monitoramento do crescimento infantil e cuidados para diabéticos, hipertensos e pessoas com hanseníase, dentre outras situações.
O Ministério da Saúde reforça que a prevenção e a intervenção precoce são essenciais para o desenvolvimento saudável dessas crianças. O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) assegura, por exemplo, que o atendimento médico deve ser realizado sem discriminação, garantindo o acesso a órteses, próteses e outras tecnologias de forma gratuita.
É importante lembrar que uma criança pode nascer com uma deficiência ou adquiri-la ao longo da vida. No entanto, ter algum grau de limitação não deve resultar em exclusão das atividades cotidianas. A inclusão social é vital para o bem-estar das crianças, pois estar cercado por amigos e familiares, promover uma vida em sociedade sadia e inclusiva, contribui para desenvolvimento emocional.
A Lei Brasileira de Inclusão (LBI), sancionada em 2015, estabelece que pessoas com e sem deficiência devem ter a oportunidade de conviver de maneira igual, promovendo a quebra de barreiras atitudinais e minimizando o preconceito.
Leila Tomaz é colaboradora da Postal Saúde há 10 anos. Ela compartilha conosco a jornada de ser mãe de uma criança com deficiência, e como transformou desafios em força e amor incondicional ao lado de seu filho Pedro, que ilumina sua vida com lições diárias de resiliência e felicidade.
“Após descobrir uma gravidez inesperada aos 42 anos, em meio à pandemia, vivi o maior presente da minha vida: o nascimento do Pedro. Logo após o parto, percebi que ele era diferente, e o diagnóstico de Síndrome de Down foi um choque, trazendo medo e insegurança. Com o apoio da família, transformei esse medo em amor e aprendizado. Hoje, Pedro me ensina diariamente sobre força, inclusão e felicidade. Além da SD, ele foi diagnosticado com TEA, o que intensifica os desafios, mas cada conquista dele é motivo de orgulho. Luto como uma leoa pelos direitos dele e sou grata pelo suporte que recebo para cuidar do meu anjo especial. A verdade é que, se eu pudesse escolher, escolheria que meu filho fosse exatamente como ele é, lindo, cheiroso, maravilhoso, gostoso e especial. Agora, sou eu que dependo dele para viver.”
Liliane Gomes, colaboradora da Postal Saúde há 9 anos, compartilha com emoção sua experiência como mãe de dois filhos com deficiência. Neste relato, ela nos leva a uma jornada profunda de amor, desafios e superação, revelando como ser mãe de Guilherme, de 16 anos, e Robson Davi, de 14, mudou sua visão sobre a vida e o amor de mãe, de fato, é incondicional.
“Ser mãe de duas crianças com deficiência transformou a forma como vejo a vida e o amor. Aprendi que o amor vai além de um sentimento, ele se manifesta nas ações diárias, especialmente nas dificuldades. Cada conquista dos meus filhos é celebrada como uma vitória, e aprendi a enxergar a beleza nas pequenas coisas. A resiliência passou a ter um novo significado, e a inclusão tornou-se uma missão pessoal. Minha experiência como mãe de filhos com autismo e deficiência mental, junto com minha própria vivência de desafios e preconceito, me ensina que o que realmente importa é o amor incondicional e a superação. Eles me mostraram que as diferenças não definem quem somos, e que o amor tem o poder de transformar e fortalecer.”
O Dia Nacional da Criança com Deficiência é uma oportunidade para refletir sobre a importância da inclusão e do respeito às diferenças. É um chamado à sociedade para que todos se unam em prol de um ambiente mais acolhedor e justo para as crianças com deficiência. Neste dia, é essencial que todos se mobilizem para garantir que as crianças com deficiência tenham voz e vez, promovendo um futuro mais inclusivo e igualitário.
