Mãe, vigília incansável: amor e alquimia  

 Era uma vez uma criança feliz, inquieta e curiosa.

Tão curiosa que se perguntava como aquela magia toda acontecia.

Desconfiava que algo divino movia o espetáculo da vida.

Pelas manhãs, antes de ir à escola, o beijo e o abraço de sua mãe eram garantias de felicidade, segurança e bem-estar.

Às noites, costumavam ler juntos Harry Potter e a Pedra Filosofal.

E nesses momentos de ternura intensa, uma sensação de cuidado e proteção invadia a criança do mundo real.            

No dia seguinte, tudo se repetia: a mãe desvelava-se em entrega, cuidado e zelo. A qualquer hora, lugar ou circunstância.

A criança então juntou todos os segundos que compõem os instantes de sua vida feliz

e se deu conta da incansável vigília daquela mulher — a mesma que a presenteou com vida, tesouro maior!     

Em êxtase, a alma da criança sentiu-se tocada e transformada pela força de um amor incondicional, o mais puro que pode existir.

Com uma sabedoria inata e rara para a sua meninice, observou que foi assim com todas as gerações que a antecederam  e que a sucederiam, emprestando ao amor materno essa  natureza sublime, eterna  e divina que o consagrou.

E naquele momento, a criança feliz e agradecida deparou-se, perplexa, com a mais profunda e misteriosa de todas as alquimias: o fato de que a humanidade inteira  foi originada e nascida do ventre de uma mulher!  

 

Feliz Dia das Mães!      


Texto: Arlinda Carvalho
Arte: Cleiton Parente

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