Dando continuidade ao projeto de conscientização do público em relação às notícias sobre a pandemia, o Comitê Estratégico de Comunicação (COMEC) destacou mais uma série de notícias falsas que têm se espalhado nas redes sociais pelo Brasil.
O objetivo desta ação é fazer, com base em dados científicos e números oficiais, com que os cuidados continuem sendo tomados e não haja um relaxamento por parte da população.
Uma publicação tem circulado nas redes sociais com um médico italiano afirmando que a sigla Covid-19 significa “Certificado de Identificação da Vacinação com Inteligência Artificial”. Apesar de obviamente trazer conteúdo mentiroso, o post foi compartilhado mais de 8 mil vezes até a data da apuração (1º/9).
A Organização Mundial da Saúde (OMS) tem um manual de boas práticas para a nomeação de doenças, publicado em 2015 em colaboração com a Organização Mundial da Saúde Animal (OIE) e com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO).
Com base nesse documento, a Covid-19 recebeu esse nome como uma abreviação das palavras em inglês “coronavirus disease” (doença do coronavírus, traduzido livremente). O 19 faz referência ao ano em que o vírus foi descoberto, 2019.
Outros conteúdos presentes no vídeo já foram amplamente desmentidos, como uma suposta criação do vírus em laboratório.
O médico do vídeo é identificado como Roberto Petrella, que foi expulso da Ordem dos Médicos de Teramo, na Itália, por causa de posicionamentos polêmicos. Várias agências de checagem internacionais verificaram esse conteúdo, além de outros materiais produzidos por ele.
Para conferir a investigação completa, acesse: Agência Lupa
Outro assunto já amplamente desmentido é que o uso de máscaras não é eficaz e produz efeitos colaterais graves. Esta publicação, especificamente, alega que o equipamento de proteção aumentaria a acidez do sangue e prejudicaria a imunidade.
Nada disso é verdade, claro. O processo que torna o sangue ácido é chamado de hipercapnia. Ele é provocado quando há aumento da concentração de gás carbônico no sangue arterial, que é rico em oxigênio. Não há evidências de que as máscaras recomendadas pelas autoridades de saúde hoje provoquem esse quadro.
As bases de estudos da OMS (Organização Mundial de Saúde), da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) e do NCBI (National Center for Biotechnology Information) não contêm pesquisas sólidas que evidenciam o uso de máscaras à acidificação do sangue. Até o momento, Aos Fatos localizou apenas um estudo preliminar na Espanha que, em junho, apontou redução de oxigênio e aumento de CO₂ durante exercícios aeróbicos.
Para conferir a investigação completa, acesse: Aos Fatos
Na pandemia, enquanto milhões de médicos salvam vidas, minoria compartilha desinformação
Enquanto milhões de médicos em todo o mundo lutavam contra a Covid-19 e suas consequências, alguns poucos emprestavam o prestígio da profissão para dar credibilidade a notícias falsas sobre a pandemia. Do início do ano ao fim de agosto, 125 conteúdos desinformativos envolvendo médicos foram verificados, segundo as bases de dados Coronavirus Facts Alliance e CoronaVerificado. Peças de desinformação deste tipo circularam em 42 países, com destaque para Índia (18), Brasil (15) e Espanha (10).
(…)
Falsas declarações
Outra situação comum durante a pandemia foi o compartilhamento de falsas declarações de médicos conhecidos. Na República Democrática do Congo, por exemplo, circulou que Jean-Jacques Muyembe-Tamfum, um dos responsáveis pela descoberta do vírus Ebola em 1976, teria dito que a “pele negra é tão eficiente que não pode ser infectada pelo coronavírus”. Ele, claro, nunca disse isso.
Outro médico congolês famoso, o vencedor do Prêmio Nobel da Paz Denis Mukwenge, foi alvo de desinformação em vários países, incluindo o Brasil. No WhatsApp, circulou uma mensagem dizendo que Mukwenge abandonou a coordenação de força-tarefa para o combate à Covid-19 no país após descobrir que a pandemia era uma “farsa”. Em seu Twitter, o médico confirmou ter deixado uma equipe de combate à pandemia, mas por causa de dificuldades na implantação de políticas contra a doença.
Já um texto falsamente atribuído ao japonês Tasuku Honjo, vencedor do Prêmio Nobel de Medicina em 2018, viralizou nos Estados Unidos, na Suécia, na Índia, na Costa Rica, no Brasil e em outros locais, e foi desmentido por 36 plataformas de checagem. No texto, uma pessoa que se apresenta como Honjo diz que trabalhou em um laboratório em Wuhan, na China, e que sabia que o SARS-Cov-2 estava sendo desenvolvido lá. Em nota publicada no site da Universidade de Kyoto, no Japão, onde, de fato, trabalha, o médico negou todas as informações presentes no texto.
Esta coluna foi escrita pela Agência Lupa a partir das bases de dados públicas mantidas pelos projetos CoronaVerificado e LatamChequea Coronavírus, que têm apoio do Google News Initiative, e pela CoronaVirusFacts Alliance, que reúne 88 organizações de checagem em todo mundo. A produção das análises tem o apoio do Instituto Serrapilheira e da Unesco. Veja outras verificações e conheça os parceiros em coronaverificado.news
Confira o artigo completo no site da Agência Lupa.
O conteúdo que o Comitê Estratégico de Comunicação (COMEC) passou a publicar periodicamente é baseado em estudos de instituições de ensino reconhecidas internacionalmente, agências checagem de fatos (registradas pelo International Fact-Checking Network) e veículos tradicionais de imprensa que apresentem as fontes das informações transmitidas.
Além dos valores da Postal Saúde (qualidade de serviços; compromisso e respeito com os Beneficiários; ética e transparência nos negócios e responsabilidade pelos resultados), também existem os princípios jornalísticos e o compromisso com a verdade, valorizando as fontes oficiais e orientando a população da melhor forma para o exercício da sua cidadania.