Notícias sobre a Covid-19: não caia em fake news

Dando continuidade ao projeto de conscientização do público em relação às notícias sobre a pandemia, o Comitê Estratégico de Comunicação (COMEC) destacou mais uma série de notícias falsas que têm se espalhado nas redes sociais pelo Brasil.

O objetivo desta ação é fazer, com base em dados científicos e números oficiais, com que os cuidados continuem sendo tomados e não haja um relaxamento por parte da população, maior responsável pelas medidas de sucesso alcançadas até agora.


Uma mensagem tem sido compartilhada com a informação de que o uso de máscaras pode causar problemas de oxigenação do organismo, o que é mentira.

A publicação alega que o uso do equipamento de segurança causa hipóxia, por impedir a troca de oxigênio e dióxido de carbono do corpo com o ambiente. O texto ainda aconselha que as pessoas tirem a máscara a cada 10 minutos como medida preventiva.

Porém, de acordo com o infectologista Leonardo Wiessmann, consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia, nada disso é verdade. “Essa é mais uma das inúmeras informações falsas que estão circulando sobre a pandemia. O uso da máscara não causa nem hipóxia nem intoxicação pelo dióxido de carbono. Levantar a máscara a cada dez minutos pode aumentar a chance de o indivíduo tocar na frente da máscara. É exatamente o que não se recomenda”, explica o médico.

É importante lembrar que o uso das máscaras é importante para a proliferação do novo coronavírus, mas não é a única medida de proteção. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o uso do equipamento deve estar sempre associado com a lavagem das mãos com água e sabão e a observação dos protocolos de proteção.

Para ver o conteúdo da investigação completa de agências do Brasil e do mundo, além do ponto de vista de mais profissionais de saúde sobre o assunto, acesse: Agência Lupa | AFP | Polígrafo | Boatos.org | G1 – Fato ou Fake


É falsa a informação que o número de óbitos diários por Covid-19 caiu em Manaus depois de visita do ministro Nelson Teich. A publicação veiculada nas redes sociais mente ao afirmar que os casos caíram de 150 para apenas dois.

O ministro da saúde esteve na capital amazonense entre os dias 3 e 4 de maio e, de acordo com os boletins oficiais divulgados pelo próprio governo do estado, as mortes em decorrência da Covid-19 aumentaram. Infelizmente, o número de mortes por dia tem batido recordes em Manaus: no dia 4, foram registradas 22; no dia 5, foram 41; e no dia 6 foram 73.

Para mais estatísticas relacionadas ao coronavírus no estado do Amazonas e as investigações completas das agências de checagem de fatos, acesse: Agência Lupa | Aos Fatos | G1 – Fato ou Fake


Foto: Aos Fatos

Uma publicação falsa tem sido compartilhada afirmando que o tratamento para Covid-19 deveria ser realizado à base de antibióticos. São várias mentiras nesse texto.

Primeiro, a própria Organização Mundial da Saúde (OMS) já alertou para o erro básico dessa afirmação. Como o novo coronavírus é um vírus, antibióticos não servem como medida de prevenção ou tratamento porque eles combatem bactérias.

Além disso, o post mente ao afirmar que a hidroxicloroquina é um antibiótico, quando, na verdade, é um medicamento antimalárico. Em alguns casos, ela também foi usada para combater outras doenças causadas por amebas (antiamebiano).

Para conferir a investigação completa de agências nacionais e internacionais, incluindo as explicações sobre os tromboembolismos venoso e pulmonar como complicações da Covid-19 e o uso equivocado de estudos sobre a utilização de ventilação mecânica invasiva, acesse: Aos Fatos | Animal Político | Newtral | La Silla Vacía


Foto: Aos Fatos

Outra publicação que menciona uma suposta cura para a Covid-19 cita o remédio ivermectina (indicado contra vermes e parasitas). Uma mulher não identificada relata que estaria “bem melhor” de saúde depois de ter ingerido a substância, mas não há qualquer relação cientificamente comprovada entre o remédio e a doença.

Além de não haver nenhum medicamento, substância, alimento ou vacina contra o novo coronavírus, os outros argumentos utilizados no vídeo também estão errados.

Não é verdade que crianças estão imunes à doença porque tomaram a ivermectina em algum momento.

Além disso, não há qualquer constatação realizada por pesquisadores de que o medicamento bloqueia o vírus HIV e que, por isso, também funcionaria contra o novo coronavírus. A ivermectina sequer está nos protocolos de tratamento da Aids e os estudos dos anos 90 se referem a pesquisas de laboratório que não se comprovaram em testes clínicos.

Por fim, esse não é um medicamento inofensivo que pode ser tomado por qualquer pessoa. Além de ter uma série de efeitos colaterais, ele só pode ser adquirido com prescrição médica.

Para conferir a investigação completa, acesse: Aos Fatos. Um conteúdo semelhante havia circulado em língua espanhola no começo do mês e também foi desmentido por agências estrangeiras.


É mentira que 170 milhões de pessoas fizeram inscrição para receber o auxílio emergencial do governo federal. De acordo com a Caixa Econômica Federal, foram 51,1 milhões de cidadãos cadastrados para receber o benefício, menos da metade do que afirma uma publicação que tem sido compartilhada nas redes sociais.

A Dataprev, em comunicado divulgado no dia 5 de maio, afirmou que foram registrados 97,7 milhões de solicitações de cadastro, no total. Porém, 32,8 milhões foram considerados inelegíveis e 13,7 milhões necessitam de complemento cadastral.

O auxílio emergencial foi criado para garantir uma renda mínima à população mais pobre e é destinado pelo governo a trabalhadores informais, desempregados e microempreendedores individuais de baixa renda durante a pandemia do novo coronavírus.

A publicação também ignora, no entanto, o fato de o auxílio não ter sido uma proposta unilateral do Presidente da República. A proposta inicial do Ministério da Economia era de um auxílio de R$ 200, valor que foi modificado durante a tramitação no Congresso Nacional. O valor de R$ 600 foi aprovado por unanimidade, ou seja, com apoio tanto do governo quanto da oposição, no dia 26 de março.

O conteúdo completo das investigações pode ser conferido em: Agência Lupa | Aos Fatos | G1 – Fato ou Fake


 

Um vídeo de confronto entre ambulantes e fiscais, no centro da cidade de São Paulo, não é relacionado ao novo coronavírus. A publicação alega que os fiscais procuravam impedir que os vendedores trabalhassem, mas, na verdade, o vídeo sequer é de 2020.

A gravação foi realizada em setembro de 2019, em uma ação que contava com agentes de fiscalização acompanhados da Guarda Civil Metropolitana e Polícia Militar. O conflito foi causado após a apreensão de um carrinho de bebidas alcoólicas com produtos irregulares.

Algumas variações do post localizam o confronto na rua 25 de Março, famoso centro comercial da cidade, mas, na verdade, ele aconteceu na rua Santa Ifigênia, área conhecida pela venda de eletrônicos.

Para conferir a investigação completa, acesse: Agência Lupa

 


O conteúdo que o Comitê Estratégico de Comunicação (COMEC) passou a publicar periodicamente é baseado em estudos de instituições de ensino reconhecidas internacionalmente, agências checagem de fatos (registradas pelo International Fact-Checking Network) e veículos tradicionais de imprensa que apresentem as fontes das informações transmitidas.

Além dos valores da Postal Saúde (qualidade de serviços; compromisso e respeito com os Beneficiários; ética e transparência nos negócios e responsabilidade pelos resultados), também existem os princípios jornalísticos e o compromisso com a verdade, valorizando as fontes oficiais e orientando a população da melhor forma para o exercício da sua cidadania.

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