O 1° Seminário Internacional de Saúde Humanizada, promovido pela Postal Saúde, teve início nesta quarta-feira (4/9). O evento um reuniu público seleto de especialistas e autoridades ligadas ao setor de saúde para discutir novas metodologias de gestão e de atendimento, com objetivo de impulsionar o crescimento e qualidade dos serviços de assistência médica.
O presidente da União Nacional das Instituições de Autogestão em Saúde (UNIDAS), Anderson Mendes, foi um dos convidados a prestigiar o momento. Na ocasião ele enfatizou a importante iniciativa da operadora em discutir pautas tão relevantes frente aos desafios e transformações no setor de saúde.
“Saúde é um bem social. E como um dos mais entusiastas da autogestão, posso dizer que nós nos colocamos nesse papel de ser uma mola impulsionadora para a melhora da qualidade de vida. Temos como nosso primeiro objetivo, melhorar a qualidade de vida das pessoas. Nós fomos criados para ter um foco assistencial. Como enfatizo sempre: as caixas de assistências não foram criadas para restringir o tratamento. Elas foram criadas para dar acesso ao tratamento. Precisamos tornar o nosso sistema mais eficiente e inclusivo”, destacou Mendes.
O Presidente da Frente Parlamentar Mista de Medicina, o Senador Hiran Gonçalves, também marcou presença no Seminário e destacou o que esperar de um avento desta envergadura.
‘‘A saúde humanizada é o caminho de saúde mais justa, com maiores resultados, e nestes dias teremos a oportunidade de debater temas crucias. Acreditamos que este seminário será um espaço fértil para o intercâmbio de ideias e para a construção de um futuro mais promissor para a saúde suplementar no Brasil.”
A cultura no centro do cuidado
Um dos principais destaques do primeiro dia do seminário foi a palestra do renomado médico e educador Dr. Rushika Fernandopulle. Ele compartilhou suas valiosas experiências sobre o tema “A cultura no centro do cuidado (O modelo da Atenção Primária à Saúde da Iora Health)”.
Dr. Fernandopulle relatou os desafios enfrentados na implantação de um novo modelo de Atenção Primária à Saúde (APS). O processo não foi simples e envolveu superação de várias dúvidas e questionamentos sobre a viabilidade e eficácia do projeto. ‘Onde está a evidência de que isso funciona?”, “Isso é muito arriscado”, foram algumas das críticas que o médico enfrentou ao introduzir um atendimento que visa proporcionar ao paciente um serviço mais resolutivo, abrangente e com custos reduzidos.
Os obstáculos não impediram que em dezembro de 2010, Rushika fundasse a Iora Heath, com a missão de transformar a saúde, por meio de um novo modelo de APS, sob os pilares dos 4 p’s, como denominou o especialista: pagamento, pessoas, processos e plataforma.
“Nós construímos uma prática com propósito, uma experiência clínica com qualidade. Devemos saber se o paciente necessita de exercícios físicos ou de receber apenas o medicamente, esta é uma maneira de fazer com que eles queiram ser atendidos. Portanto, avaliamos quem é o paciente e quais são suas especificidades. Pensamos em empatia, ética e capacidade de aprendizado, é o que pensamos quando enviamos nossos profissionais. Sentamos primeiro com o paciente para conhecê-lo, com auxílio do coach, que contribui nas avaliações de situações emocionais que esteja afetando a sua saúde física”, salientou o médico.
“Pacientes hipertensos recebem melhor qualidade no tratamento quando há encontros que geram contato com outros pacientes com problemas cardíacos. O que nós fazemos vai além da clínica. O nós precisamos fazer para melhorar a atenção primária tem que ser um alavanque para chegar em outras partes do sistema”, sublinhou.
Baseando-se em estudos do mercado, Rushika destacou as principais queixas e os pontos cruciais de mudanças no cenário da saúde, obtendo resultados expressivos. Ele alcançou uma pontuação de 85% em todos seus consultórios. Segundo a análise da Culinary Fund, após um ano, as internações de pacientes reduziram 37% e os gastos totais diminuíram em 12% em comparação com os controles anteriores.
Além disso, houve uma redução significativa nos casos de pressão alta entre os pacientes atendidos na clínica. A empresa expandiu sua presença, inaugurando 49 consultórios, em oito cidades americanas.
Dados do governo Federal também indicam uma melhora da qualidade de vida dos idosos atendidos por meio dos serviços oferecidos pela Ioda Heath
Rushika enfatiza que, para alcançar sucesso e resultados na APS, as empresas devem construir uma cultura organizacional que valorize a empatia, a criatividade, o serviço com humildade, a paixão pelo que se realiza e muita coragem em implantá-las.
“Se alguém vem até nós, como em Fênix e Dallas que não poderiam chegar até nós, o que fizemos foi buscá-los e ouvi-los. Caso contrário eles teriam que ir à emergência e sairia muito mais caro. Nosso time atua para evitar a hospitalização”, disse o médico.
Debate
Dando prosseguimento ao evento, no período da tarde foi realizado um debate, com o tema “A cultura para as operadoras de planos de saúde”, discutido por Rushika e pelo diretor de Operações de Saúde, da Postal Saúde, Thiago Braga. O diálogo foi facilitado pelo Dr. Marcial Carlos Ribeiro Jr., do Grupo Mirix.
“Necessitamos aprimorar a cultura na qual estamos inseridos, entendendo as peculiaridades que fazemos parte no momento. No Brasil, por exemplo, os cuidados necessários para o tratamento da saúde mental são muito estigmatizados ainda, é necessário quebrarmos esta cultura”, destacou Thiago.
Marcial indagou Rushika sobre os maiores desafios enfrentados pela Iora no processo de implantação de um modelo no sistema de saúde mais humanizado.
“Mudar a maneira de fazer as consultas é sim um desafio, mas desafio maior é mudar a cultura do doutor! Trocar a mentalidade deles é muito difícil. Eles resistem a oferecer o atendimento personalizado, de um cuidado mais atendo e holístico, no qual estamos tratando aqui. Enfrentamos resistências também, começamos com uma minoria de médicos adeptos a este modelo, mas aos poucos foi despertado curiosidade e eles foram até a Iora conhecer a forma como tratamos nossos pacientes”, explicou Fernandopoulle.
O momento foi finalizado com interação do público que, na ocasião, manifestou dúvidas quanto ao modelo de saúde humanizada.
O encerramento do evento ocorrerá nesta quinta-feira (5/9), com novas sessões de palestra e debates. Além da continuidade da participação de Rushika, o Seminário receberá também a honrosa presença do Dr. Robert Janett, médico especializado em Atenção Primária à Saúde e professor na Harvard Medical School.
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