De acordo com o último boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, divulgado na segunda-feira, 16 de maio, o Brasil notificou 757.068 casos de pessoas que foram diagnosticadas com dengue nas primeiras 18 semanas do ano, aumento de 151,4% na comparação com o mesmo período de 2021.

Os estados que mais sofrem com a ação do mosquito da dengue são os da região Sul, além de São Paulo, Goiás, Tocantins, Distrito Federal, Bahia e Ceará. Um site da Fiocruz monitora o avanço da doença, o InfoDengue.

Confira o gráfico:

Número de casos de dengue em 2022 (linha vermelha) está bem acima do que foi registrado em 2021 (linha verde)

 

Como a dengue é transmitida  

A dengue é uma infecção viral transmitida principalmente por meio da picada de um mosquito fêmea infectado por um flavivírus, geralmente o Aedes aegypti (também responsável pela transmissão do vírus chikungunya, febre amarela e Zika). Há quatro sorotipos (DENV-1, DENV-2, DENV-3, DENV-4), cada um com interações diferentes com os anticorpos humanos. Ou seja, as pessoas têm quatro possibilidades de serem infectadas.

 Sintomas da dengue 

 E importante ficar atento aos sintomas da dengue, como febre, cansaço, vermelhidão em partes do corpo, coceira e dores na cabeça, nos músculos, nas articulações ou atrás dos olhos. 

A doença costuma durar de quatro a dez dias, mas o impacto da doença pode durar semanas. Pode ser não grave (com ou sem sinais de alarme) ou grave, e o diagnóstico pode ser feito por exame clínico e confirmado por exame de sangue.

  • Dengue não grave sem sinal de alarme: presença de sintomas comuns como enjoo, febre, vermelhidão no corpo, vômito, dores de cabeça, nos músculos, articulações e ao redor dos olhos.
  • Dengue não grave com sinais de alarme: é a fase após a febre cessar para dar início a um ou mais sintomas considerados de alarme, como vômitos persistentes, sangramentos, acúmulo de líquidos nas cavidades do corpo, a exemplo do pulmão e coração, tonturas, aumento do fígado e da concentração do sangue.
  • Dengue grave: Presença de uma ou mais manifestações, pode apresentar choque (palidez e prostração, sudorese e queda da pressão arterial), dificuldade para respirar em decorrência do extravasamento plasmático (saída de líquido dos vasos sanguíneos), comprometimento grave dos órgãos, como rins, fígado, cérebro e coração, sangramentos importantes, entre outros.

Segundo especialistas, o período de extravasamento plasmático e choque leva de 24 a 48 horas, é de rápida instalação e curta duração, podendo levar ao óbito, se não tratado adequadamente, em um intervalo de 12 a 24 horas.

A expressão “dengue hemorrágica”, que se popularizou, deixou de ser usado por causa da “falta de precisão na identificação dos casos graves na classificação anterior, deixando passar despercebidos muitos casos graves pois seu próprio nome sugeria que para ser grave tinha que ter hemorragia, o que não é verdade.

Prevenção

A prevenção da dengue pode ser feita com práticas simples que evitam, principalmente, a reprodução do mosquito transmissor, através da eliminação de objetos que acumulem água parada como pneus, garrafas e plantas.

É importante que todas as pessoas que vivem próximas, no mesmo bairro, tenham estes cuidados contra a dengue, pois só assim é possível reduzir as chances de transmissão da dengue.

Alguns dos cuidados mais importantes para a prevenção da dengue são:

1. Eliminar os focos de água parada

O mosquito que transmite a dengue se prolifera em locais com água parada, por isso eliminar os focos de água é um cuidado essencial para evitar que o mosquito se reproduza:

  • Manter os pratos de vasos de flores e plantas com areia;
  • Guardar garrafas com a boca virada para baixo;
  • Limpar sempre as calhas dos canos;
  • Não jogar lixo em terrenos baldios;
  • Colocar o lixo sempre em sacos fechados;
  • Manter baldes, caixas d´água e piscinas sempre tampados;
  • Deixar pneus ao abrigo da chuva e da água;
  • Eliminar copinhos plásticos, tampas de refrigerantes, cascas de coco em sacos que possam ser lacrados;
  • Furar latas de alumínio antes de ser descartadas para não acumular água;
  • Lavar bebedouros de aves e animais pelo menos uma vez por semana;
  • Caso uma pessoa identifique um terreno baldio com lixo acumulado e objetos com água parada é preciso avisar uma autoridade competente, como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa no telefone 0800 642 9782 ou ligar para prefeitura da cidade.

2. Aplicar larvicidas

Em locais com bastantes focos de água parada como depósitos de sucata, ferros-velhos ou lixões, é realizada a aplicação de larvicidas, ou seja, produtos químicos que eliminam os ovos e as larvas do mosquito. Entretanto, essa aplicação deve ser sempre feita por profissionais treinados, sendo indicada pelas secretarias de saúde das prefeituras.

O tipo da aplicação depende da quantidade de larvas do mosquito encontradas e, geralmente, não causam nenhum dano à saúde das pessoas. Essas aplicações podem ser:

  • Focal: consiste na aplicação de pequenas quantidades de larvicidas diretamente nos objetos com água parada, tipo vaso de planta e pneus;
  • Perifocal: é parecida à dedetização e baseia-se em colocar larvicidas com aparelho que solta gotículas de produto químico, deve ser feito por pessoas treinadas e com equipamentos de proteção individual;
  • Ultrabaixo volume: também conhecido como fumacê, que é quando um carro emite uma fumaça que ajuda a eliminar as larvas do mosquito, sendo que é realizado em casos em que há surto de dengue.

Além disso, os agentes comunitários de saúde que trabalham nos postos de saúde, frequentemente, visitam as residências do bairro com objetivo de detectar e destruir reservatórios de água que estejam acumulando água, ajudando na redução dos focos de transmissão da dengue.

3. Evitar ser picado pelo mosquito

Como a dengue é transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, é possível prevenir a doença através de medidas que evitem a picada deste mosquito, como por exemplo:

  • Usar calça comprida e blusa de manga comprida em tempos de epidemia;
  • Passar repelente diariamente as áreas expostas do corpo, como rosto, orelhas, pescoço e mãos;
  • Ter telas de proteção em todas as janelas e portas da casa;
  • Acender uma vela de citronela em casa, pois ela é repelente de insetos;
  • Evitar ir em locais com epidemia da dengue;
  • Tomar a vacina da dengue – Está disponível no Brasil a vacina que protege o corpo contra a dengue, que é indicada para pessoas até 45 anos que já tiveram dengue várias vezes e que moram em locais com muitos casos desta doença. Além disso, esta vacina não é disponibilizada pelo SUS e só está disponível em clínicas particulares.

Nota da Postal Saúde:

Nenhum tipo de vacina tem cobertura do plano de saúde. 

Ao perceber qualquer sintoma, agende uma consulta médica. Confira aqui o seu Guia Saúde 

Fontes:
BBC Brasil Saúde
Site Tua Saúde
Revista Isto É Dinheiro


Conteúdo compilado por: Comunicação/Postal Saúde
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