Semana Santa |Conheça os significados de cada dia no calendário cristão  

 

A Semana Santa é uma época sagrada para os cristãos, pois recorda a última semana da vida de Jesus Cristo, representada em três momentos: Paixão (martírio), Morte e Ressurreição.

A Semana Santa muda de data todos os anos devido ao fato de a Páscoa cristã estar relacionada com a Páscoa judaica. Eventos como a Última Ceia e a Morte de Cristo aconteceram durante a Páscoa judaica, que é definida de acordo com as fases da Lua. Como as fases da Lua não acontecem nas mesmas datas em todos os anos, essas datas também variam de ano para ano.

Em 2022, a Semana Santa começa no dia 10 de abril (Domingo de Ramos) e termina em 17 de abril (Domingo de Páscoa).

Tradições religiosas  

Para os católicos, os preparativos para a Semana Santa têm início na Quarta-feira de cinzas, 46 dias antes da Páscoa, no período chamado Quaresma.

Já para os evangélicos não existe obrigação de de celebrar a Semana Santa do Domingo de Ramos até a Sexta-feira santa. A data lembrada e celebrada é a Páscoa, pois a principal forma de recordar o sacrifício de Cristo é por meio da realização da ceia, assim como Jesus  fez com os seus discípulos antes de ser preso e crucificado.

Por sua vez, o espiritismo (que é uma religião cristã) defende que a busca do Reino de Deus em cada pessoa é um processo individual, sendo a reforma íntima um passo importante para a transformação. Assim, para os espíritas a Semana Santa é um momento de reflexão profunda sobre a vida de Jesus, mas eles não seguem um calendário religioso específico.

Na umbanda, de uma maneira geral, a Semana Santa e a Páscoa são para reflexão. Repensar atitudes, comportamentos e, assim, se fortalecer para a evolução espiritual, sempre pensando no propósito da caridade. Isso foi o que Oxalá, sincretizado em Jesus Cristo, veio avisar. Dessa forma, nesse período, os umbandistas podem fazer suas oferendas não alimentando Oxalá, mas sim seus filhos que estão necessitados.

Já no candomblé, também de maneira em geral, a Semana Santa está associada à Criação do Mundo. Assim, todos devem se vestir de branco, principalmente na sexta-feira, pois neste dia os orixás descem do Orún para conhecer a grande criação de Olorun. As oferendas devem ser oferecidas a Oxalá.

Rituais do catolicismo 

Muito enraizado na história da humanidade, o calendário da Semana Santa no catolicismo segue rituais que foram popularizados. No Brasil, por exemplo, a Sexta-feira Santa é feriado nacional. Confira o significado de cada dia:

Quarta-feira de cinzas

Como explicado anteriormente, a Quarta-feira de Cinzas marca a abertura da Quaresma, período de 46 dias que antecede a comemoração da Páscoa. A Quarta-feira de cinzas é entendida pela Igreja como o início de um período de devoção marcado por orações e jejuns, como parte da penitência que todo cristão deve realizar, segundo os princípios da Igreja Católica.

Quaresma

Como explicado anteriormente, a Quaresma é um período de preparação que antecede a Páscoa na tradição cristã. Tradicionalmente, esse período se estende por 40 dias, iniciando-se na Quarta-Feira de Cinzas (dia seguinte ao Carnaval) e se encerrando no Domingo de Ramos, ou seja, uma semana antes do Domingo de Páscoa. No entanto, desde o pontificado de Paulo VI, a Quaresma tem duração de 46 dias, pois só se encerra na Quinta-feira Santa.

 

A Sexta-Feira da Paixão marca a crucificação e morte de Cristo

Domingo de Ramos

O Domingo de Ramos abre, por excelência, a Semana Santa, pois celebra a entrada triunfal de Jesus Cristo, em Jerusalém, poucos dias antes de sofrer a Paixão, a Morte e a Ressurreição. Este domingo é chamado assim porque o povo cortou ramos de árvores, ramagens e folhas de palmeiras para cobrir o chão por onde o Senhor passaria montado num jumento. Com isso, Ele despertou, nos sacerdotes da época e mestres da Lei, inveja, desconfiança e medo de perder o poder. Começa, então, uma trama para condená-Lo à morte. A liturgia dos ramos não é uma repetição apenas da cena evangélica, mas um sacramento da fé cristã, na vitória do Cristo na história, marcada por tantos conflitos e desigualdades.

Segunda-feira Santa

Neste dia, proclama-se, durante a Missa, o Evangelho segundo São João. Seis dias antes da Páscoa, Jesus chega a Betânia para fazer a última visita aos amigos de toda a vida. Está cada vez mais próximo o desenlace da crise. “Ela guardava este perfume para a minha sepultura” (cf. João 12,7); Jesus já havia anunciado que Sua hora havia chegado.

Terça-feira Santa

A mensagem central deste dia passa pela Última Ceia. Estamos na hora crucial de Jesus. Cristo sente, na entrega, que faz a “glorificação de Deus”, ainda que encontre no caminho a covardia e o desamor. No Evangelho, há uma antecipação da Quinta-feira Santa. Jesus anuncia a traição de Judas e as fraquezas de Pedro.

Quarta-feira Santa

Em muitas paróquias, especialmente no interior do país, realiza-se a famosa “Procissão do Encontro” na Quarta-feira Santa. Os homens saem de uma igreja ou local determinado com a imagem de Nosso Senhor dos Passos; as mulheres saem de outro ponto com Nossa Senhora das Dores. Acontece, então, o doloroso encontro entre a Mãe e o Filho. O padre proclama o célebre “Sermão das Sete Palavras”, fazendo uma reflexão, que chama os fiéis à conversão e à penitência.

Quinta-feira Santa

Representa o primeiro dia do Tríduo Pascal,  que é composto pela Quinta-feira Santa, Sexta-feira Santa e o Sábado Santo, que antecedem o Domingo da Ressurreição.   

Santos óleos – Uma das cerimônias litúrgicas da Quinta-feira Santa é a bênção dos santos óleos usados durante todo o ano pelas paróquias. São três os óleos abençoados nesta celebração: o do Crisma, dos Catecúmenos e dos Enfermos. Ela conta com a presença de bispos e sacerdotes de toda a diocese. É um momento de reafirmar o compromisso de servir a Jesus Cristo.

 

Ao lavar os pés dos discípulos, Jesus deixou como mensagem o amor e a humildade

Lava-pés – O Lava-pés é um ritual litúrgico realizado durante a celebração da Quinta-feira Santa, quando recorda a última ceia do Senhor. Jesus, ao lavar os pés dos discípulos, quer demonstrar Seu amor por cada um e mostrar a todos que a humildade e o serviço são o centro de Sua mensagem; portanto, esta celebração é a maior explicação para o grande gesto de Jesus, que é a Eucaristia. O rito do lava-pés não é uma encenação dentro da Missa, mas um gesto litúrgico que repete o mesmo gesto de Jesus. O bispo ou o padre que lava os pés de algumas pessoas da comunidade está imitando Jesus no gesto; não como uma peça de teatro, mas como compromisso de estar a serviço da comunidade, para que todos tenham a salvação, como fez Jesus.

Instituição da Eucaristia – Com a Santa Missa da Ceia do Senhor, celebrada na tarde ou na noite da Quinta-feira Santa, a Igreja dá início ao chamado Tríduo Pascal e faz memória da Última Ceia, quando Jesus, na noite em que foi traído, ofereceu ao Pai o Seu Corpo e Sangue sob as espécies do Pão e do Vinho, e os entregou aos apóstolos para que os tomassem, mandando-os também oferecer aos seus sucessores. A palavra “Eucaristia” provém de duas palavras gregas “eu-cháris”, que significa “ação de graças”, e designa a presença real e substancial de Jesus Cristo sob as aparências de Pão e Vinho.

Instituição do sacerdócio – A Santa Missa é, então, a celebração da Ceia do Senhor, quando Jesus, num dia como hoje, véspera de Sua Paixão, “durante a refeição, tomou o pão, benzeu-o, partiu-o e o deu aos discípulos, dizendo: ‘Tomai e comei, isto é meu corpo’.” (cf. Mt 26,26). Ele quis, assim como fez na última ceia, que Seus discípulos se reunissem e se recordassem d’Ele abençoando o pão e o vinho: “Fazei isto em memória de mim”. Com essas palavras, o Senhor instituiu o sacerdócio católico e deu-lhes poder para celebrar a Eucaristia.

A Última Ceia: antes de ser crucificado, Jesus se reuniu com seus apóstolos

Sexta-feira Santa

A tarde da Sexta-feira Santa apresenta o drama incomensurável da morte de Cristo no Calvário. A cruz, erguida sobre o mundo, segue de pé como sinal de salvação e esperança. Com a Paixão de Jesus, segundo o Evangelho de João, contemplamos o mistério do Crucificado, com o coração do discípulo Amado, da Mãe, do soldado que o transpassou o lado. Há um ato simbólico muito expressivo e próprio deste dia: a veneração da santa cruz, momento em que esta é apresentada solenemente à comunidade.

Via-sacra – Ao longo da Quaresma, muitos fiéis realizam a Via-Sacra como uma forma de meditar o caminho doloroso que Jesus percorreu até a crucifixão e morte na cruz. A Igreja nos propõe esta meditação para nos ajudar a rezar e a mergulhar na doação e na misericórdia de Jesus que se doou por nós. Em muitas paróquias e comunidades, são realizadas a encenação da Paixão, da Morte e da Ressurreição de Jesus Cristo por meio da meditação das 14 estações da Via-Crucis.

Sábado Santo

O Sábado Santo não é um dia vazio, em que “nada acontece”. Nem uma duplicação da Sexta-feira Santa. A grande lição é esta: Cristo está no sepulcro, desceu à mansão dos mortos, ao mais profundo que pode ir uma pessoa. O próprio Jesus está calado. Ele, que é Verbo, a Palavra, está calado. Depois de Seu último grito na cruz – “Por que me abandonaste?” –, Ele cala no sepulcro agora.

Vigília Pascal – Durante o Sábado Santo, a Igreja permanece junto ao sepulcro do Senhor, meditando Sua Paixão e Morte, Sua descida à mansão dos mortos, esperando na oração e no jejum Sua Ressurreição. Todos os elementos especiais da vigília querem ressaltar o conteúdo fundamental da noite: a Páscoa do Senhor, Sua passagem da morte para a vida. A celebração acontece no sábado à noite. É uma vigília em honra ao Senhor, de maneira que os fiéis, seguindo a exortação do Evangelho (cf. Lc 12,35-36), tenham acesas as lâmpadas, como os que aguardam seu senhor chegar, para que, os encontre em vigília e os convide a sentar à sua mesa.

Bênção do fogo – Fora da Igreja, prepara-se a fogueira. Estando o povo reunido em volta dela, o sacerdote abençoa o fogo novo. Em seguida, o Círio Pascal é apresentado ao sacerdote. Com um estilete, o padre faz nele uma cruz, dizendo palavras sobre a eternidade de Cristo. Assim, ele expressa, com gestos e palavras, toda a doutrina do império de Cristo sobre o cosmos, exposta em São Paulo. Nada escapa da Redenção do Senhor, e tudo – homens, coisas e tempo – estão sob Sua potestade.

Procissão do Círio Pascal – As luzes da igreja devem permanecer apagadas. O diácono toma o Círio e o ergue, por algum tempo, proclamando: “Eis a luz de Cristo!”. Todos respondem: “Demos graças a Deus!”. Os fiéis acendem suas velas no fogo do Círio Pascal e entram na igreja. O Círio, que representa o Cristo Ressuscitado, a coluna de fogo e de luz que nos guia pelas trevas e nos indica o caminho à terra prometida, avança em procissão.

Proclamação da Páscoa – O povo permanece em pé com as velas acesas. O presidente da celebração incensa o Círio Pascal. Em seguida, a Páscoa é proclamada. Esse hino de louvor, em primeiro lugar, anuncia a todos a alegria da Páscoa, a alegria do Céu, da Terra, da Igreja, da assembleia dos cristãos. Essa alegria procede da vitória de Cristo sobre as trevas. Terminada a proclamação, apagam-se as velas.

No domingo, dois dias após sua morte, o túmulo de Jesus estava vazio

Domingo da Ressurreição

É o dia santo mais importante da religião cristã. Depois de morrer crucificado, o corpo de Jesus foi sepultado, ali permaneceu até a ressurreição, quando seu espírito e seu corpo foram reunificados. Do hebreu “Peseach”, Páscoa significa a passagem da escravidão para a liberdade.

Leia também: Você sabe quais são e o que representam os símbolos da Páscoa?


Edição: Comunicação/Postal Saúde
Fontes: CNBB
Uol Notícias

Agência Brasil
BBC Brasil

Fotos: Dreamstime

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